25.10.12

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Cresceu sem limites e quando atingiu a maioridade exigiu dos pais o que era seu e foi ao mundo.

Gastou tudo tudo, com prostitutas, jogo e bebida. Seu pai o acolheu novamente, mas Magnus tinha as suas recaidas e foi gastando a fortuna do rei em detrimento dos irmãos.

Como era o preferido, o Rei morreu tentando ajuda-lo.
Após a morte do pai e com a vida dissoluta tambeé morreu jovem.

Aprofundou-se nas trevas...e apos longas reflexões e muinto sofrimento se coscientizou de tudo o que fez e desperdiçou.

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LILITH.ADAO.EVA

Eva e Lilith: A Primeira Mulher

LILITH, MÃE DE ADÃO?



Pode parecer até exagerado achar que
Lilith foi mãe de Adão,
mas Adão tinha que ter uma mãe,
senão não seria humano.
E, se Adão não conheceu uma mãe material,
deveria ter a imagem dela para si mesmo.
Talvez seja por esse motivo que o nome de Lilith
 tenha desaparecido do texto oficial da Bíblia.
 Estaria em desacordo com as normas cristãs
Adão ter uma mãe
e essa mãe ter sido sua esposa.
E a rejeição de Lilith pela companhia de Adão,
não poderia ser interpretada como um desmame?
 De todas as formas,
a equivalência de esposa e mãe existe.
"A noção de proibição havia sido deslocada do jogo genital ao feito de chupar o peito (comer a maçã)...
O verdadeiro sentido é:
 "podemos comer da maçã,
porém está proibida para o filho
que tenha contato sexual com sua mãe"...
Quem é Lilith então? Para Adão é um primeiro objeto de amor, do qual deve acordar-se e descobrir seu sexo." Ou seja, Lilith representa o primeiro estágio de desenvolvimento de Adão, chamado matriarcal e governado pelo arquétipo da "mãe", que será seguido pelo estágio patriarcal, no qual o arquétipo do pai será dominante. A expressão "estágio patriarcal" significa que Adão alcançou um nível de desenvolvimento do ego e da consciência no qual se dá uma importância crescente à vontade, à atividade, ao aprendizado e aos valores transmitidos pelo mundo. Entretanto, sem a separação, que levará Lilith para longe, Adão não poderia se desenvolver e se tornar adulto. Mas nessa transição da fase matriarcal para a patriarcal, o arquétipo anteriormente dominante da mãe é constelado de tal modo que seu lado "negativo" aparece. O arquétipo da fase a ser superada aparecerá como a "Mãe Terrível". Lilith começa então a provocar medo, porque representa o elemento que "reprime" e que dificulta o desenvolvimento necessário e devido. Por isso é transformada novamente na serpente é a antítese da energia ascendente do desenvolvimento do ego, tornando-se então, símbolo de estagnação, regressão e morte.



Lilith com rabo de serpente era a imagem da divindade andrógina,
antes da criação, ou seja, antes do aparecimento do desejo,
antes da separação do ser primitivo e absoluto,
portanto, equivalente ao nada, de acordo com as teses de Hegel.
Essa imagem representa a reminiscência da Lilith primitiva.
 Porém ela se converteu em pássaro noturno e alçando vôo desapareceu entre as trevas. Sua segunda forma, como corresponde a uma imagem desprovida de elementos terrestres, é uma forma para ficar na memória.
 O mito não é teológico,
é essencialmente social.
Em uma sociedade paternalista,
Lilith é reprimida para dar lugar a Eva.
Portanto, Eva representa a mulher moldada pelo homem.




Eva, entretanto, é uma mulher incompleta,
 lhe falta algo:
o aspecto de Lilith que toma as vezes,
quando se rebela,
o aspecto que irá tomar Eva ao comer a maçã.





A Eva, como mulher,
está totalmente alienada,
não é nada mais do que a imagem castrada de Jehová e de Adão
e não a imagem da parte feminina de Deus.
Eva é uma mulher muda, a sombra de uma mulher,
quase um fantasma.
A mulher real é Lilith.



Cuidadosamente apagada da Bíblia cristã,
 Lilith permanece como símbolo de rebelião à repressão do feminino
na psique e na sociedade.
O mito Lilith mostra bem a passagem do matriarcado para o patriarcado.


Tanto na literatura ortodoxa como na apócrifa,
a sombra de Lilith seguiu cercando as mulheres até o século XV d. C.
Nessa época, e utilizando as mesmas imagens incorporadas em Lilith,
milhares delas foram acusadas de copular com o demônio,
matar crianças e seduzir homens,
ou seja,
 de serem bruxas.

Lilith representa a luta pela igualdade de gênero, uma vez que foi feita do mesmo material do qual Adão foi feito. Questionava o fato de sempre ficar por baixo nas relações sexuais. Saiu do paraíso e agora é associada ao mal.
Na mitologia, Lilith estava presente no Jardim do Éden antes mesmo de Eva aparecer. Por não aceitar submeter-se a Adão foi expulsa do Paraíso tendo, segundo alguns, transformado-se em Serpente, a fim de representar o papel de demônio tentador.
Lilith representa antes de tudo a busca de sua própria afirmação. É também a mulher tentadora, sedutora, e que fascina por seus poderes perturbadores. Ela é silenciosa, secreta, cortante. É aquela que os homens temem embora se sentindo atraídos por ela.

Destacam-se as características de Eva e de Lilith, a fim de aproximá-las como mito da primeira mulher. Eva, do hebraico, “vivente” ou “a que dá vida”, é a primeira mulher, esposa de Adão e mãe dos viventes. Eva “foi feita (literalmente formada) por Deus a partir de uma das costelas de Adão” (PFEIFFER et alii, 2007, p. 711).
Sua criação está ligada à criação do homem. No texto bíblico hebraico-cristão, está descrita a criação do homem e da mulher à imagem e à semelhança de Deus, após a criação da terra, plantas e animais, no capítulo primeiro. Essa é considerada a verdadeira criação, ex nihilo, do nada, por meio da fala. Assim, “… Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa imagem e semelhança.’ [...] E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus ele o criou; e os criou homem e mulher.” (Gen 1:26-27). Interessante é constatar, pelo trecho bíblico, que antes de haver um relato pormenorizado sobre a formação do homem Adão e a da mulher Eva, já existe uma referência sobre a criação divina da humanidade: criou-os, o ser homem e o ser mulher. Depois, entregou toda sua criação aos dois, para que a dominassem, dela se alimentassem e povoassem a terra com seus descendentes.
No segundo capítulo, Deus plantou um jardim em Éden no Oriente, onde colocou o homem, impondo-lhe a condição única para sua existência: não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Deste modo, para que o homem vivesse em harmonia e em paz, deveria se subordinar a Deus e obedecer a esta condição. Em seguida, Deus disse: “Não é bom que o homem esteja sozinho. Vou fazer para ele uma auxiliar que lhe seja semelhante.” (Gen 2:18).
“Então Javé Deus fez cair um torpor sobre o homem, e ele dormiu. Tomou então uma costela do homem e no lugar fez crescer carne. Depois, da costela que tinha tirado do homem, modelou uma mulher e mostrou-a para o homem.” (Gen 2:21-22). Deus cria a mulher a partir da costela, criada do lado, para ser sua companheira. Quando o homem a viu, exclamou: “Essa sim é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque foi tirada do homem!” (Gen 2:23).
No terceiro capítulo de Gênesis, está descrita a origem do mal. Eva não poderia comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, pois poderia morrer. Entretanto, a serpente lhe diz que eles não morreriam por isso, “Mas Deus sabe que, no dia em que vocês comerem o fruto, os olhos de vocês vão se abrir, e vocês se tornarão como deuses, conhecedores do bem e do mal.” (Gen 3:5). Comer daquele fruto era ter a pretensão de ser Deus, autossuficiente. “Quando o homem se torna auto-suficiente, se rebela contra o projeto de Deus e faz o seu próprio projeto: liberdade e vida só para si mesmo.” (BALANCIN; STORNIOLO, 1997, p. 16), isto é, ter conhecimento do bem e do mal pode gerar a degradação do homem, como se verifica nos trechos seguintes.
A mulher, então, pecou e depois deu o fruto ao marido. A tentação da serpente se configura no pecado cometido pela mulher e, em seguida, pelo homem, guiado pela mulher. A primeira consequência desse ato foi homem e mulher perceberem que estavam nus e se esconderam de Deus, porque tiveram medo. Quando Deus os encontra, o homem diz ter recebido o fruto da mulher, e esta dissera tê-lo recebido da serpente. (Gen 3:11-13). Pelo pecado cometido, todos foram punidos.
Primeiramente, Deus pune a serpente, dizendo: “Por ter feito isso, você é maldita entre todos os animais domésticos e entre todas as feras. Você se arrastará sobre o ventre e comerá pó todos os dias de sua vida.”. Ela seria, também, inimiga da mulher e de seus filhos, ferindo-lhes o calcanhar. (Gen 3:14-15). A mulher, por sua vez, recebeu seu castigo também conforme as palavras de Deus: “Vou fazê-la sofrer muito em sua gravidez: entre dores, você dará à luz seus filhos; a paixão vai arrastar você para o marido, e ele a dominará”. (Gen 3:16). O ato de comer o fruto, a vontade de adquirir conhecimento do bem e do mal, explica como a dor do parto e a submissão feminina ao homem passaram a existir.
Então, o homem é punido por dar ouvidos à mulher e Deus disse: “maldita seja a terra por sua causa. Enquanto você viver, você dela se alimentará com fadiga. A terra produzirá para você espinhos e ervas daninhas, e você comerá a erva dos campos.”. O homem passa a ter de plantar o que come, por isso, terá de comer com o suor do rosto. (Gen 3: 17-19). O homem gerou a necessidade do trabalho, lavrando a terra para a qual retornará, voltando para a natureza da qual fora criado.
Simbolicamente, Eva representa, antes do pecado e junto com Adão, a incorruptibilidade; após o pecado, ela é a tentação dele. A serpente distingue-se de todos os animais terrestres, é uma criatura fria, sem patas, sem pelos, sem plumas, brinca com os sexos; é fêmea e macho, possui arquétipos ligados à noite fria e à sombra. Representa também a fecundidade, mestre das mulheres e é condenada pela cristandade. Analogamente, há dualidade em seus aspectos, pois seu veneno tanto mata quanto cura, quando nas doses certas; resume regeneração, imortalidade e é símbolo da medicina; representa a sabedoria na mitologia grega, sempre ao lado de Atena, deusa da sabedoria.
A serpente é guardiã do conhecimento do bem e do mal. Assim, “os mitos da busca da imortalidade ou da juventude ostentam uma árvore de frutos de ouro ou de folhagem miraculosa, que se encontra ‘num país longínquo’ (na realidade, no outro mundo) e que é guardada por monstros (grifos, dragões, serpentes)” (ELIADE, 2001, pp. 124-25). Deve-se lutar contra os monstros, submeter-se a uma prova iniciática para obter a condição divina, invencibilidade. Eva passa por essa prova, desobedecendo a Deus, para possuir o conhecimento. A serpente é considerada a manifestação do demônio que tenta Eva a cometer o pecado e, portanto, uma afronta a Deus.
O demônio feminino, geralmente, é manifestado por meio do espírito de Lilith de acordo com algumas culturas, como a suméria, árabe e outras. Conforme a tradição judaica, Lilith não se entendia com Adão, sobretudo porque não queria estar por baixo dele durante o enlace conjugal. Ela estava insatisfeita, desejava liberdade, mudança e fuga, pois foge para o Mar Vermelho. Nas mitologias a seu respeito, ela é repleta de imagens de desolação, diminuição, vingança e raiva.
Lilith é conhecida como um demônio noturno de cabelos longos, uma força, um poder, uma renegada e um espírito. Tem aspecto humano, mas possui asas e “sobrevoa as mitologias suméria, babilônia, assíria, canoneia (ou cananeia ), persa, hebraica, árabe e teutônica” (KOLTUV, 1997, pp. 9-13). É também popular por agarrar os homens e mulheres que dormem sozinhos e provocar-lhes orgasmos noturnos e sonhos eróticos.
Na tradição histórico-religiosa, seu aspecto era de terrível deusa-mãe. Além disso, quando encarada por um homem, seu aspecto é de “prostituta divina ou, psicologicamente falando, aquele da anima sedutora, fica mais em evidência” (HURWITZ, 2006, p. 33). Quando encarada por uma mulher, tem aspectos da terrível mãe, prejudica mulheres grávidas e rouba as crianças recém-nascidas.
Na Bíblia Cristã, ela somente aparece no livro de Isaías (34:14-15). O texto “é uma crítica veemente às grandes potências, anunciando a falência delas. Soa como grande intimidação frente ao orgulho e à injustiça com que os poderosos desfiguram a integridade da vida humana” (BALANCIN; STORNIOLO, 1991, p. 977). Então, o texto critica a opressão e, nesse sentido, menciona imagens fortes dos oprimidos. Nesse capítulo, segundo a visão do profeta Isaías, Deus condena os opressores, convidando-os para ouvir e, descreve a destruição das gerações que serão abandonadas, “Seus herdeiros são o pelicano, o ouriço; a coruja e o urubu fazem aí sua morada. Javé estenderá aí o prumo do caos e o nível da confusão.” (ISAÍAS 34:11). Em seguida,
Aí vão se encontrar o gato do mato e a hiena, o cabrito selvagem chamará seus companheiros; aí Lilit vai descansar, encontrando um lugar de repouso. Aí vai se aninhar a cobra, que botará, chocará os seus ovos e recolherá sua ninhada em sua sombra; aí se reunirão as aves de rapina, cada qual com sua companheira. (Is 34:14-15).3
Analisando o trecho, Lilith encontra-se entre animais de carga negativa, como urubu e coruja, hiena, animais da noite, que comem carne em decomposição, ratos e etc., são impuros e causam repulsa. Ela foi amaldiçoada por Deus a viver assim, banida. Lilith apresenta um aspecto dual, grande mãe terrível e anima sedutora. Nessa tradição, pode-se dizer que o feminino sempre foi visto como ameaçador, foi desvalorizado e demonizado. Já “a literatura interessa-se, sobretudo por Lilith, a revoltada, que na afirmação do seu direito à liberdade e ao prazer, à igualdade em relação ao homem, perde a si própria, assim como perde aqueles que a encontram” (BRUNEL, 1997, p. 583). Assim, Lilith é citada pela carga negativa que representa.
Pode-se, neste momento, trazer à tona um texto literário em que Lilith aparece. Em Fausto de Goethe, após cerrar o pacto com Mefisto, Fausto sai da realidade e participa de uma festa com bruxas, demônios e fantasmas, a “Noite de Valpúrgis”, quando ele dança com Lilith. Antes, pergunta quem é ela e Mefisto lhe diz que é a esposa número um de Adão. “Cautela com a formosa trança, / Que, unicamente, a adorna até a ilharga.” (GOETHE, 2004, p. 461). Lilith é descrita com cabelos longos, nua, com poder de seduzir os homens, características consoantes ao que se sabe dela.
Portanto, a figura de Lilith é ambígua, possui origens diversas e contraditórias, mas sempre se mantém seu aspecto negativo, destruidor e demoníaco. Ela está em constante mudança e se manifesta em todo e qualquer sentimento negativo tanto na mulher que se revolta, quanto no homem que liberta desejos ocultos. Sua figura tem sido omitida, mas a tradição da mitologia judaica, suméria e outras ainda preservam sua história. Mesmo que omitida da própria escritura sagrada, há vestígios que comprovam sua presença no texto de Isaías, mesmo com nomes diferentes nas diversas traduções.
Considerando Lilith como a serpente que faz com que Eva peque, pode-se, em uma linha dialógica, ilustrá-la com um afresco de Michelangelo, situado no teto da Capela Sistina, que mostra, em beleza celestial, o pecado original e a queda do Paraíso.
Nele, Adão e Eva estão sob a árvore do fruto proibido e, no tronco da árvore uma mulher, metade serpente, está enroscada. Eva aceita o fruto de sua mão. Ela é, conforme a Bíblia, a serpente que distorceu a palavra divina para convencer Eva. No entanto, retratada com tronco de mulher e com a parte inferior de serpente, pode ser considerada Lilith, pois, criada juntamente com Adão, possui forma humana, sob a ótica pictórica de Michelangelo, o que comprova esta análise interpretativa.
Sobre a lenda de Lilith
De acordo com J. Gordon Melton, Lilith é "uma das mais famosas figuras do folclore hebreu, originou-se de um espírito maligno tempestuoso e mais tarde se tornou identificada com a noite” (1).
A referência mais antiga à personagem está no épico babilônico de Gilgamesh (aprox.2000 a.C.). Também é citada em relatos do Talmude Babilônico (oriundo das tradições orais javistas), no Zohar ou livro do Esplendor (uma obra cabalística do século XIII que constitui o mais influente texto hassídico) e na Cabala. Em todas estas fontes os relatos sobre Lilith são diversos e até discordantes.
Como o professor de seu catequizando é judeu, provavelmente ele esteja se referindo à versão que consta no Talmude Babilônico.
O texto de referência deste Talmude é a edição hebraica e inglesa, intitulada "The Babylonian Talmud" organizada pelo rabino Epstein. Esta edição foi publicada pela Socino Press, de Londres, em 1978.
De acordo com a lenda hebraica, Lilith teria sido formada assim como o homem à partir do barro, logo após a formação deste. Por esse motivo ela não teria aceitado uma posição inferior em relação ao homem, pois sendo criada da mesma forma, exigia os mesmos direitos, não aceitou uma posição submissa e assim desentendeu-se com Adão. No primeiro ato sexual Lilith não aceitou ficar por baixo, agüentando o peso do corpo do companheiro e exigiu ter também o direito ao gozo e ao prazer sexual. Como não foi atendida em seus anseios ela se revolta e pronuncia o nome "inefável" que lhe deu asas por meio das quais fugiu do Jardim do Éden. Assim Lilith abandonou Adão com quem não se entendia e foi para as margens do Mar Vermelho. Adão ficou só e reclamando, tendo medo da escuridão opressora. Daí haver uma relação entre Lilith e a Lua Negra, a escuridão da noite, por isso a associação dela com a coruja, o pássaro noturno. Segundo a tradição talmúdica, Lilith é a "Rainha do Mal", a "Mãe dos Demônios" e a "Lua Negra".
Deus vendo o desespero de Adão enviou três anjos, Semangelaf, Sanvi e Sansanvi, para trazê-la de volta ao Éden, mas ela recusou-se a aceitar tal proposta. Dessa forma a fuga converteu-se em expulsão.
Para substituir Lilith é criada Eva, mulher submissa, feita não de barro, mas de uma costela de Adão.
Lá às margens do Mar Vermelho habitavam os demônios e espíritos malignos, segundo a tradição hebraica, esse era um lugar maldito, o que prova que Lilith se afirmou como um demônio. Segundo essa mesma tradição é esse caráter demoníaco que levaria a mulher a contrariar o homem e a questionar seu poder” (2).
A Tese do sumiço da lenda de Lilith da Bíblia
Segundo Roberto Sicuteri autor do livro "Lilith A Lua Negra", houve uma transposição da versão javista da Bíblia para a versão sacerdotal. Foi aí, que segundo ele, a lenda de Lilith teria sido eliminada da Bíblia, fazendo todos crerem que foi Eva a primeira mulher, mas em Isaías 34,14 ficara ainda um indício sobre Lilith.
Depois desta longa, mas precisa exposição, vamos então à resposta que pediste.
Perceba que o sr Roberto Sicuteri se fundamenta sua tese em outra tese. Ora, não há qualquer conclusão entre os especialistas de que uma tradição de origem sacerdotal suplantou uma anterior de origem javista. Nem mesmo um parecer consensual sobre a existência destas tradições existe.
A crítica científica do Antigo Testamento (AT) identificou diferenças de estilo no relato das mensagens bíblicas. A estas diferenças chamaram de tradição javista, sacerdotal e ainda eloísta. Estas tradições não são realidades, mas hipóteses que facilitam o estudo do texto do AT. Dizer que uma suplantou a outra é ainda mais imprudente. Mas infelizmente é desta forma que a Mentira se transfigura em Verdade, aguçando a curiosidade humana, pois todo mundo gosta de se sentir um descobridor da Verdade.
Devemos nos lembrar ainda que os textos do AT foram preservados por homens fiéis a Deus. Não é estranho que homens com tanta intimidade com Deus como os profetas, ficassem logrando o povo de Israel com um texto bíblico falso?
Infelizmente o professor judeu do seu aluno dá melhor crédito aos mágicos da Babilônia do que os santos profetas.
A tese da transposição dos textos bíblicos também é desfeita pelo fato de existirem inúmeros manuscritos do AT que chegaram ao nosso tempo. São mais de 56.000, segundo os estudiosos. Por que somente os supostos manuscritos javistas sumiram totalmente da face da Terra?
Referência de figuras mitológicas na Sagrada Escritura
Em Is 34,14 lemos:
"Nela se encontrarão cães e gatos selvagens, e os sátiros chamarão uns pelos outros; espectro noturno freqüentará esses lugares e neles encontrará o seu repouso" (Is 34,14) (grifos meus) (Tradução Ave-Maria).
"As feras do deserto se encontrarão com as feras da ilha, e o sátiro clamará ao seu companheiro; e os animais noturnos ali pousarão, e acharão lugar de repouso para si" (Is 34,14) (grifos meus) (Tradução Almeida Corrigida e Fiel).
O termo que no português foi traduzido como “espectro noturno” ou “animais noturnos” é "liyliyth".
Segundo o léxico hebraico (3) "liyliyth" signfica: “1. Deusa conhecida como um demônio da noite que assombra os lugares desolados de Edom. 2. Animal noturno que habita em lugares desolados”.
Curiosamente Septuaginta traduziu o termo como “pardalis” ou seja pantera, ou fera negra.
A Bíblia muita vezes se refere a agentes capazes de trazer o mal (demônios, feras selvagens e etc) através de figuras mitológicas.
Um exemplo é Leviatã referido no AT em Jó 3,8; 40,20; Sl 73,14; 103,26. Será que também a Bíblia está endossando a existência do Dragão da mitologia fenícia? Claro que não!
Como sabemos Israel era cercado por povos pagãos, teve contato com a cultura deles, logo sofreu alguma influência por conta deste convívio. A Sagrada Escritura embora seja divina se expressa não poucas vezes de forma humana, para se fazer entender. Portanto é natural que Deus na Sagrada Escritura se sirva de termos comuns que signifiquem o mal. O próprio profeta Isaías também utilizou a figura de Leviatã em Is 27,1.
Se considerarmos verdadeira a existência de Lilith, temos que considerar como verdadeiro também o que se contra sobre ela. Ora, será que demônios podem ter relações sexuais com humanos? Será que os vampiros existem? Não é preciso ser nenhum gênio para saber essas coisas são fantasia pura e se existissem esse mundo já estaria bem pior do que está há séculos!
Se nos lembrarmos do significado de “Lilith” no léxico hebraico, vamos entender melhor a razão do profeta Isaías ter usado este termo ao anunciar o castigo de Deus. Nos versículos anteriores ao versículo 14 do mesmo capítulo 34 encontramos:
"A espada do Senhor está coberta de sangue, está impregnada de gordura, do sangue dos cordeiros e dos bodes, da gordura dos rins dos carneiros. Porque há um sacrifício ao Senhor em Bosra, uma grande carnificina na terra de Edom; em vez de búfalos, os povos aí tombarão, uma multidão de robustos guerreiros, em lugar de touros. Sua terra embeber-se-á de sangue, o chão impregnar-se-á de gordura" (Is 34,6-7).
Edom é a terra dos descendentes de Esaú, inimigos de Israel. Aqui o Profeta está anunciando que Deus fará justiça por Israel "porque é para o Senhor um dia de vingança, um ano de desforra para o defensor de Sião" (v. 8). Sião é o monte santo localizado em Belém, na Cidade de David (cf. 2Sm 5,7); é uma referência ao Povo de Israel.
Já que no folclore judaico Lilith é um demônio que aterroriza Edom, logo o profeta se utiliza desta figura para referir-se à desolação que se abaterá sobre os edomitas, tornando sua terra a morada do nada ou dos demônios ("liyliyth"). Ou será que depois do abate dos edomitas a “vampiresca chupa-cabra” foi fazer lá sua morada e ficou quietinha até os dias de hoje tirando umas férias?
A existência de Lilith apresenta um outro problema teológico. Com o pecado original Deus amaldiçoou a terra (cf. Gn 3,17) por isso o gene em Adão e Eva ficou “defeituoso” (pois vieram da terra). Se Adão perdeu seus “super poderes” com a maldição da terra, logo Lilith, que segundo a lenda foi formada da mesma terra, deixaria de ser um demônio e conseqüentemente voltaria a ser uma simples mortal como nós.
Como vemos, quanto mais mexemos no livro, mais a coisa fede (perdoem-me o termo).
Não me impressiona que o Talmude babilônico tenha tanta influência pagã. Nos relatos do AT, o Senhor está sempre exortando e punindo Israel por causa de sua infidelidade às suas Leis e inclinação ao paganismo. Até mesmo os sacerdotes praticavam sua religião secreta profanando o Templo (cf. Ez 7,16-17) o que motivou Deus a entregar Israel ao domínio pagão.

LILITH – A ‘OUTRA’ DE ADÃO QUE A BÍBLIA NÃO QUIS CONTAR



Existe uma polêmica extraída de algumas lendas do folclore assírio, babilônico e hebraico que afirma ter Adão uma ‘outra’ mulher antes de Eva ser criada.

Baseado nos texto bíblicos de Gn 1.27; 2.18,22 alguns estudiosos vêem a possibilidade da mulher criada em Gn 1.27 ser a tal Lilith.

Existem insinuações de que Lilith pode ter sido retirada da Bíblia durante o Concílio de Trento, a interesse da Igreja Católica, para reforçar o papel das mulheres como devendo ser submissas, e não iguais, ao homem. Porém muitas pinturas e esculturas a retratam como a serpente que tentou Eva a comer o fruto do conhecimento.

Uma interpretação possível é de que ela seja a mulher que Caim encontrou depois de ser expulso e, portanto, tendo com ele seu primeiro filho, Enoque e fundando uma cidade de mesmo nome.

Nas bíblias atuais seu nome aparece uma única vez, em Isaías 34:14: "E as feras do deserto se encontrarão com hienas; e o sátiro clamará ao seu companheiro; e Lilith pousará ali, e achará lugar de repouso para si." Nas traduções recentes da Bíblia a palavra Lilite é substituída por demônio ou bruxa do deserto. Fantasma, na Revista e Atualizada.

A Versão da Bíblia do Rei James, traduziu a palavra “Lilith”, por “coruja”. João Ferreira de Almeida, nesta passagem relata que “… os animais noturnos ali pousarão”, não havendo menção da coruja, como é frequentemente, muito embora erroneamente, citado no Brasil (tratando-se de um claro exemplo da forte influência da cultura anglo-saxã no mundo lusófono atual).

No folclore popular hebreu medieval, ela é tida como a primeira mulher criada por Deus junto com Adão (Gn 1.27), que o abandonou, partindo do Jardim do Éden por causa de uma disputa sobre igualdade dos sexos, passando depois a ser descrita como um demônio.

De acordo a interpretação da criação humana no Gênesis feita no Alfabeto de Ben-Sira, entre 600 e 1000 d.C, Lilith foi criada por Deus com a mesma matéria prima de Adão, porém ela recusava-se a "ficar sempre por baixo durante as suas relações sexuais". Na modernidade, isso levou a popularização da noção de que Lilith foi a primeira mulher a rebelar-se contra o sistema patriarcal e a primeira feminista.

Nos livros sagrados do judaísmo o mito de Lilith está inserido numa versão não oficial da antropogênese. Há referências no Talmud, no Zohar e no Tora. Enredos confusos envolvem a personagem: ora aparece como a mulher insubmissa, que precedeu Eva mas, por sua rebeldia, foi expulsa do Paraíso; ora, é personificação que se refere a uma espécie de "história não contada" de Eva.

Outra versão, apresenta razão diferente para a revolta de Lilith. A primeira mulher de Adão, a tradicional Eva, teria tido filhos. Entretanto, os anjos, enciumados por causa das atenções de Deus para com o homem, vingativos, mataram impiedosamente as crianças. Embrutecida pelo infortúnio supremo, Eva transforma-se em Lilith e abandona o Jardim das Delícias.

A imagem mais conhecida que temos dela é a imagem que nos foi dada pela cultura hebraica, uma vez que esse povo foi aprisionado e reduzido à servidão na Babilônia, onde Lilith era cultuada, é bem provável que vissem Lilith como um símbolo de algo negativo. Vemos assim a transformação de Lilith no modelo hebraico de demônio. Assim surgiu as lendas vampíricas: Lilith tinha 100 filhos por dia, súcubus quando mulheres e íncubus quando homens, ou simplesmente lilims. Eles se alimentavam da energia desprendida no ato sexual e de sangue humano. Também podiam manipular os sonhos humanos, seriam os geradores das poluções noturnas. Mas uma vez possuído por uma súcubus, dificilmente um homem saía com vida.

Há certas particularidades interessantes nos ataques de Lilith, como o aperto esmagador sobre o peito, uma vingança por ter sido obrigada a ficar por baixo de Adão, e sua habilidade de cortar o pênis com sua vagina segundo os relatos católicos medievais. Ao mesmo tempo que ela representa a liberdade sexual feminina, também representa a castração masculina.

Nos dois últimos séculos a imagem de Lilith começou a passar por uma notável transformação em certos círculos intelectuais seculares europeus, por exemplo, na literatura e nas artes, quando os românticos passaram a se ater mais a imagem sensual e sedutora de Lilith, e aos seus atributos considerados impossíveis de serem obtidos.

Como se pode notar as lendas em torno desta “outra” mulher de Adão, pode ser confusa e enigmática, no entanto desta imagem lendária se extrai várias ênfases para a vida e para os movimentos sociais-teológicos-religiosos, como por exemplo a emancipação feminina.

Devemos ter conhecimento de todos os fatos, ainda que estranhos a nossa fé, sabendo que muitos aceitam ou pregam sua crença a partir deles, porém a bíblia nos adverte a viver nossa devoção “Não dando ouvidos às fábulas judaicas, nem aos mandamentos de homens que se desviam da verdade.” Tito 1:14.
LILITH, O LADO ESCURO DA LUA



Cuidadosamente apagada da Bíblia cristã,
 Lilith permanece como símbolo de rebelião à repressão do feminino
na psique e na sociedade.
O mito Lilith mostra bem a passagem do matriarcado para o patriarcado.




Tanto na literatura ortodoxa como na apócrifa,
a sombra de Lilith seguiu cercando as mulheres até o século XV d. C.
Nessa época, e utilizando as mesmas imagens incorporadas em Lilith,
milhares delas foram acusadas de copular com o demônio,
matar crianças e seduzir homens,
ou seja,
 de serem bruxas.

Textos da literatura judia de fontes apócrifas, não incluídos no canon ortodoxo do Antigo Testamento, contêm passagens como a seguinte:

"As mulheres são o mal, filhos meus:
 como não têm o poder nem a força para enfrentar o homem,
usam truques e intentam enganá-lo com seus encantos;
a mulher não pode dominar pela força o homem,
porém o domina mediante a astúcia.
 Pois certamente a anjo de Deus me falou sobre elas
 e me ensinou que as mulheres se entregam mais ao espírito de fornicação que o homem,
 e que tramam conspirações em seus corações contra os homens;
com sua forma de adornar-se primeiro lhes fazem perder a cabeça,
e com uma olhada inoculam o veneno,
 e logo durante o próprio ato os fazem cativos;
 pois uma mulher não pode vencer o homem pela força.
Assim que evitai a fornicação, filhos meus,
e ordenem a vossas esposas e filhas que não adornem suas cabeças e seus rostos,
pois a toda mulher que usa truques desse tipo
 estará reservado o castigo eterno".

Esse exemplo nos mostra como um mito,
se for entendido e concebido de forma literal,
pode criar um prejuízo e converter-se em uma doutrina que se declara a si mesma
uma verdade divinamente revelada.
É conveniente lembrar que Jesus não aprovou nem o mito nem suas implicações,
nem os costumes patriarcais referentes as mulheres,
muito pelo contrário.
Foram transmitidas ao Novo Testamento através dos escritos de Pablo,
e assim fizeram sua entrada na doutrina formal cristã.





LILITH E ADÃO/EVA




Enquanto Lilith é descrita como forma negativa,
Eva, ao contrário,
 é apresentada em suas belezas e ornamentos.
 Adão não a recusa por vê-la como ossos dos seus ossos.
Mas Eva carregará a culpa pela perda do paraíso
E, esta é a informação que nos é passada pelo catolicismo,
isto é, que a mulher possui uma imperfeição inerente,
devida a sua natural inferioridade e sua incapacidade de distinguir o bem do mal.
Tais afirmações foram codificadas no psiquismo feminino,
 fazendo com que todas as mulheres se tornassem estigmatizadas com esta identidade negativa.
Foi deste modo,
 que o feminino se viu reduzido ao submisso e ao incapaz.
A submissão foi então, imposta culturalmente a todas as mulheres,
que distorceu intencionalmente os aspectos femininos,
com o intuito de reprimir e estabelecer uma sociedade patriarcal.

Lilith, portanto, desobedece à supremacia de Adão,
 Eva, assumindo seu arquétipo Lilith,
desobedeceria à proibição.
 Lilith, nada mais é, do que o lado sombrio de Eva,
daí o porque das qualidades terríveis que são atribuídas a ela.
Todo mal que lhe é atribuído está em sua desobediência,
 ao seu "não" a submissão.

 
A serpente-demônio,
ou o próprio demoníaco que existe em Lilith,
impele a mulher a "fazer algo"
que a sociedade paternalista não permite.




Lilith é o arquétipo da mulher indomada,
que luta apaixonadamente pelo poder pessoal.
Suas características são destemor, força,
entusiasmo e individualismo.
Ela é atividade e exuberância emocional.
Para as religiões patriarcais,
é a personificação da luxúria feminina,
uma inimiga das crianças que atua de noite,
 semeando o mal e a discórdia.
Em Isaias, ela é chamada de "a coruja da noite".
No Zohar,
é descrita como "a prostituta, a maligna, a falsa, a negra".


Lilith aparece em nossas vidas para nos dizer
 que é hora de assumirmos o nosso poder.
Você tem medo de assumi-lo?
 Você é daquelas pessoas que não sabem dizer "não"?
Tem medo de perder sua feminilidade se tiver o poder em suas mãos?
Você teme ser afastada(o) ou banida(o) pelos outros quando estiver em exercício de seu poder?
Está com medo de fazer mau uso dele, dominando ou manipulando os outros?
Lilith diz que, agora, para você,
o caminho da totalidade está em reconhecer que não está ligada ao seu poder
e, então, em segundo lugar,
 submeter-se e aceitar este poder.