11.10.12

REINO DE EXU

REINO DOS EXUS


Exu é um dos grandes pontos de conflito na KIMBANDA com relação a outras religiões, por falta de entendimento, pela ignorância e pelo preconceito.
Muitos acreditam que nossos amigos Exus são Demônios, maus, ruins, perversos, que bebem sangue e se regosijam com as desgraças que podem provocar.
É necessário entender que no sincretismo afro-católico (imposto num processo de aculturação dos Negros pelos padres Católicos) os Orixás foram associados aos Santos Católicos, inclusive Exu, que é representado por Santo Antônio (Santo Antônio de Pemba, Santo Antônio de Ouro Fino, etc.). Mas Porquê este Orixá, irmão de Ogum, animado, gozador, alegre, extrovertido, sincero e sobretudo amigo, foi comparado com o Diabo das profundezas macabras dos INFERNOS? Bem, para conhecer está história vamos viajar para 6.000 anos atrás, local, Mesopotâmia.isso lembrando exu como exu orixa de naçoes e candomble........
A Demonologia Mesopotâmica influenciou diversos povos: Hebreus, Gregos, Romanos, Cristãos e outros. Sobrevive até hoje nos rituais Satânicos que muitos já devem ter escutado e visto notícias na televisão e lido nos jornais nacionais e internacionais, principalmente na Europa e EUA.
Na Mesopotâmia os males da vida que não constituíssem catástrofes naturais eram atribuídas aos Demônios ( No mundo atual as pessoas continuam a fazer isso). Os Sacerdotes, para combater as forças do mal, tinham que conhecer o nome dos Demônios e perfaziam enormes listas, quase intermináveis. O Demônio mau era conhecido genericamente como UTUKKU. O grupo de 7 (sete) Demônios maus é com freqüência encontrado em encantamentos antigos. Se dividiam em Machos e Fêmeas. Tinham a forma de meio Humano e meio Animal: Cabeça e tronco de Homem ou Mulher, cintura e pernas de cabra e garras nas mãos. Com sede de sangue, de preferência Humano, mas aceitavam de outros animais. Os Demônios freqüentavam os túmulos, caminhos (encruzas), lugares ermos, desertos, especialmente a noite.
Nem todos eram maus, haviam os Demônios Bons que eram envocados para combater os Maus. Demônios benignos são representados como gênios guardiões, em número de 7 (sete), que guardam as porteiras, portas dos templos, cemitérios, encruzas, casas e palácios.
Bom, os Negros africanos em suas danças nas senzalas, nas quais os brancos achavam que eram a forma deles saudarem os Santos, incorporavam alguns Exus, com seu brado e jeito maroto e extrovertido assustavam os brancos que se afastavam ou agrediam os Negros escravos dizendo que eles estavam possuídos por Demônios.
Com o passar do tempo, os brancos tomaram conhecimento dos sacrifícios que os Negros ofereciam a Exu, o que reafirmou sua Hipótese de que essa forma de incorporação era devido a Demônios.
Assim, como Exu não é bobo, assumiu, sem dizer que sim ou que não, esse estereótipo colocado pelo branco.
As cores de Exu, também reafirmaram os medos e a fascinação que rondavam as pessoas mais sensíveis.
Assim, o que aconteceu foi uma associação indevida, maldosa, entre aos Demônios Judaico-Cristãos e os Exus Africanos, simplesmente por similaridades em relação a cores, moradas, manifestação de personalidade, etc. Isso com o tempo foi caindo no gosto popular, na psique de pessoas mentalmente e espiritualmente pertubadas e comesou a se construir "a visão real", de que Exu é o Demônio.
Muitos médiuns despreparados , ou pertubados mental e espiritualmente, recebiam Exus que diziam-se Demônios. Nessa onda de horror ou de terror, alguns autores Umbandistas do passado,, fizeram tabelas de "nomes cabalísticos dos diabos", associando esses nomes aos Exus de kimbanda, como: Exu Marabô ou diabo Put Satanaika, Exu Mangueira ou diabo Agalieraps, Exu-Mor ou diabo Belzebu, Exu Rei das Sete Encruzilhadas ou diabo Astaroth, Exu Tranca Ruas ou diabo Tarchimache, Exu Veludo ou diabo Sagathana, Exu Tiriri ou diabo Fleuruty, Exu dos Rios ou diabo Nesbiros e Exu Calunga ou diabo Syrach. Sob as ordens destes e comandando outros mais estão: Exu Ventania ou diabo Baechard, Exu Quebra Galho ou diabo Frismost, Exu das Sete Cruzes ou diabo Merifild, Exu Tronqueira ou diabo Clistheret, Exu das Sete Poeiras ou diabo Silcharde, Exu Gira Mundo ou diabo Segal, Exu das Matas ou diabo Hicpacth, Exu das Pedras ou diabo Humots, Exu dos Cemitérios ou diabo Frucissière, Exu Morcego ou diabo Guland, Exu das Sete Portas ou diabo Sugat, Exu da Pedra Negra ou diabo Claunech, Exu da Capa Preta ou diabo Musigin, Exu Marabá ou diabo Huictogaras, e o nosso Exu-Mulher, Exu Pombagira, simplesmente Pombagira ou diabo Klepoth. Mas há também os Exus que trabalham sob as ordens do orixá Omulu, o senhor dos cemitérios, e seus ajudantes Exu Caveira ou diabo Sergulath e Exu da Meia-Noite ou diabo Hael, cujos nomes mais conhecidos são Exu Tata Caveira (Proculo), Exu Brasa (Haristum) Exu Mirim (Serguth), Exu Pemba (Brulefer) e Exu Pagão ou diabo Bucons.
Comerciantes inescrupulosos ou, simplesmente, ignorântes, criaram imagens de Exus como diabos, cada vez mais estranhos e aterradores (cifres, rabos, partes de animais ...). construindo no imaginário de muitos médiuns e da população Brasileira, um esteriótipo de Exu = Diabo, Exu = Satanás, Exu = Coisa Ruim.
Hoje em dia as casas de Umbanda (centros, terreiros, tendas ...), pelos estudos, pelo conhecimento e pela orientação dos reais Exus, estão abolindo essas imagens e condenando seu uso. Assim como, recriminando médiuns e supostas entidades que se manifestam dessa maneira dentro dos Terreiros. Porém, o mal foi feito, o esteriótipo atingiu o psique das mentes mais fracas e, muitas vezes, vemos em certos canais de televisão que fazem programas religiosos, a invocação dessas aberrações e a indevida associação aos Exus de Umbanda. O que podemos dizer é que quem invoca a Deus, Deus o tem; quem invoca do Diabo, o diabo o tem.
Algumas correntes religiosos estão alimentando na população que participam de seus ritos, a visão de que a culpa para a masela de suas vidas são os Diabos, os Exus, que vêm babando, cam as mãos tortas, grunindo, gritando ( "vou levar, vou levar ... !!!"), todos tortos e formatados dentro de um psique moldado e caricato.
Essas religiões e/ou seitas, estão alimentando o medo, a ignorância, o preconceito, a discriminação e a ilusão de que a culto pela dor alheia é causado pela kimbanda e pelos seus guias, principalmente os Exus. Então fiquem sabendo que isso é mentira, é ilusão é ignorância.
Exu combate o mal, ele devolve o que mandam de ruim, é justo, tem eqüilibrio em suas decisões e em seus trabalhos. Ele não é, e nunca foi o diabo.Mas então quem é EXU?
Ele é o guardião dos caminhos, soldado do mundo astral, emissário entre os homens e os anjos caidos , lutador contra o mau, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado.
Exu não faz mau a ninguém, mas joga para cima de quem merece, quem realmente é mau o mau que essa pessoa fez a outra. Ele devolve, as vezes com até mais força, os trabalhos que alguns fizeram contra outros. Por isso, algumas pessoas consideram esta entidade malvada.
Existem entidades que se dizem Exu e que fazem somente o mau em troca de presentes aos seus médiuns ou por grandes e custosas obrigações, serviços. Não se engane, Exu que é Exu, não faz mau, a não ser com quem merece e além disso, quando ajuda a uma pessoa não pede nada em troca, a não ser que a pessoa tome juízo, se comporte bem na vida,
Exu, O Guia.
Existem dois portadores do nome Exu. Um é o Orixá Exu. O outro, são os Guias chamados de Exu (espíritos, muitos, não mais reencarnacionais) que vêm na emanação principal de Exu (O Orixá) que lhes deu suas características, seus gostos, seus hábitos. Porém, esses Exus, também são subordinados a um Orixá regente, que pode ser Omulu, Xangô, Oxossí, ...
Correntes antigas, Esotéricas, montaram uma hierarquia para os Exus (Guias), relacionando 7 (sete) Exus (Guias) principais, considerados como os 7 (sete) chefes de Legião, que comandam e coordenam outros Exus (Falanges), sendo que cada um de seus comandados também comandam mais 7 (sete), seguindo uma ordem hierárquica de cima para baixo de 7 (sete) em 7 (sete).
São eles os 7 (sete) Exus guardiões ou principais:
  • Sr. Rei das Sete Encruzilhadas;
  • Sr. Marabô;
  • Sr. Tranca Ruas;
  • Sr. Tiriri;
  • Sr. Gira Mundo;
  • Sr. Veludo;
  • Sra. Pomba Gira ou Bombo Gira.
Cada um desses amigos trabalha dentro das 7 (sete) linhas da kiMBANDA, lutando contra o mal e ajudando as pessoas.Seu jeito e seu trabalho.
Exu gosta de rir, brincar com as pessoas, dizer alguns palavrões, nem todos fazem isso, ser franco e direto, não faz rodeios nem mente. Gosta de beber e fumar, ao contrário do que muitos pensam a bebida e o fumo são peças de aproximação, fazendo com que as pessoas se identifiquem, fiquem mais descontraídas como se estivessem em uma festa. Caso não tenha bebida, cigarro ou charuto, ele trabalha do mesmo jeito, porque sua finalidade e ajudar àqueles que precisam.
Alguns Exus foram pessoas como: Políticos, Médicos, Advogados, Trabalhadores, Vadios, Prostitutas, Pessoas comuns, Padres, etc. Que cometeram alguma falha e escolheram, ou foram escolhidos, a vir nessa forma para redimir seus erros passados, outros, são espíritos evoluídos que escolheram ajudar e continuar sua evolução atendendo e orientando as pessoas e combatendo o mal. Assim, quem diz que os Exus são Demônios, na concepção de que são ruins, ou espíritos sem luz, baixos, não sabe o que está dizendo, ou não conhecem a história de cada Exu, os porquês de sua ritualística, seu modo de trabalho ou sua missão. Não se julga um livro por sua capa ou a pessoa pela sua aparência!
Em seus trabalhos Exu corta demandas, desfaz trabalhos e feitiços e magia negra, feitos por espíritos malignos. Ajudam nos descarregos retirando os encostos e espíritos obsessores e os encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior.
Seu dia é a Segunda-feira, sua bebida, cada um tem a sua, sua roupa, quando lhe é permitido tem cores preta e vermelha. Não aceita sacrifícios de animais, mas se a pessoa quiser acender uma vela (preta e vermelha) na encruza, colocar charutos ou cigarros, cachaça ou outra bebida de agrado é bem vindo. Pode-se colocar, também, rosas para as pomba giras com champanhe, pois elas gostam.
Assim é Exu.
As Vezes temido, as vezes amado, mas sempre alegre, honesto e combatente da maldade no mundo.



QUIMBANDA NO REINO DOS EXUS

REINO DOS EXUS


O principal ritual da Quimbanda consiste na invocação de espíritos. Sessões, que na Umbanda são Giras de crianças, caboclos [as], pretos e pretas velhos, na Quimbanda são Giras de Exus. Os quimbandeiros trabalham exclusivamente com estas entidades que pertencem ao domínio astral daquele primeiro Exu criado por LUCIFER  na origem do Universo manifestado.
Na Quimbanda, assim como na Umbanda e no Candomblé, não se admite a possibilidade de comunicação direta entre Deus e os homens. Somente os espíritos invocados pelos Tatás, Babás, Ngangas, enfim, sacerdotes/xamãs, somente esses espíritos podem intermediar o contato entre o físico e o metafísico, o visível e o invisível. Assim, todo sacerdote Quimbanda é um medium que incorpora Exus, os executores dos trabalhos que interferem na realidade, na vida das pessoas, seja para o bem ou para o mal.
A denominação "Exu", acrescida de títulos identificadores, refere-se a espíritos tanto masculinos quanto femininos; estes últimos, mulheres desencarnadas, são as famosas pombas-giras. Na Quimbanda também existe uma hierarquia de Exus com seus respectivos Reinos, chefes e subordinados aos quais relacionam-se atribuições mais ou menos específicas. São 7 reinos Reinos; cada Reino possui 9 povos, num total de 63 povos de Exu. São eles 
1.Reino das Encruzilhadas

Chefiado por Exu Rei das Sete Encruzilhadas e Pombagira Rainha das Sete Encruzilhadas, governa todas as passagens dos Exus que ali trabalham. Sua função principal é abrir os caminhos para os outros Guias chegarem e também para os filhos e
fregueses. Os seguintes povos pertence a este reino:

EXU REI DAS 7 ENCRUZILHADAS



Povo da Encruzilhada da Rua - Chefe Exu Tranca-Ruas
Povo da Encruzilhada da Lira - Chefe Exu Sete Encruzilhadas
Povo da Encruzilhada da Lomba - Chefe Exu das Almas
Povo da Encruzilhada dos Trilhos- Chefe Exu Marabô
Povo da Encruzilhada da Mata - Chefe Exu Tiriri.
Povo da Encruzilhada da Kalunga - Chefe Exu Veludo
Povo da Encruzilhada da Praça - Chefe Exu Morcego
Povo da Encruzilhada do Espaço - Chefe Exu Sete Gargalhadas
Povo da Encruzilhada da Praia - Chefe Exu Mirim
2.Reino dos Cruzeiros

Chefiado pelo Exu Rei dos Sete Cruzeiros e Pombagira Rainha dos Sete Cruzeiros, governa todas as passagens dos Exus que trabalham nos cruzeiros (não confundir com encruzilhada). Os seguintes povos pertencem a este reino:

POMBA-GIRA RAINHA DOS SETE CRUZEIROS



Povo do Cruzeiro da Rua - Chefe Exu Tranca Tudo
Povo do Cruzeiro da Praza - Chefe Exu Kirombó
Povo do Cruzeiro da Lira - Chefe Exu Sete Cruzeiros
Povo do Cruzeiro da Mata - Chefe Exu Mangueira
Povo do Cruzeiro da Calunga - Chefe Exu Kaminaloá
Povo do Cruzeiro das Almas - Chefe Exu Sete Cruzes
Povo do Cruzeiro do Espaço - Chefe Exu 7 Portas
Povo do Cruzeiro da Praia - Chefe Exu Meia Noite
Povo do Cruzeiro do Mar - Chefe Exu Calunga (Calunga grande)

3.Reino das Matas

Chefiado pelo Exu Rei das Matas e Pombagira Rainha das Matas. Governa todos os Exus que trabalham nas matas ou locais que tenham árvores a exceção do Cemitério, que pertence a outro reino. São os povos deste reino:

POMBA-GIRA RAINHA DA MATA



Povo das Árvores - Chefe Exu Quebra Galho
Povo dos Parques - Chefe Exu das Sombras
Povo da Mata da Praia - Chefe Exu das Matas
Povo das Campinas - Chefe Exu das Campinas
Povo das Serranias - Chefe Exu da Serra Negra
Povo das Minas - Chefe Exu Sete Pedras
Povo das Cobras - Chefe Exu Sete Cobras
Povo das Flores - Chefe Exu do Cheiro
Povo da Sementeira - Chefe Exu Arranca Tôco

4.Reino da Calunga Pequena (Cemitério)

Governado pelo Exu Rei das Sete Calungas ou Calungas e Pombagira Rainha das Sete Calungas. Esses Exus também são chamados pelo nome de Rei e Rainha dos Cemitérios. Geralmente quando se diz "calunga" nas giras de Quimbanda é para nomear ao cemitério. Trabalham neste reino todos os Exu que moram dentro dos cemitérios. Pertencem a este reino:


EXU REI DAS 7 CALUNGAS



Povo das Portas da Kalunga.- Chefe Exu Porteira
Povo das Tumbas.- Chefe Exu Sete Tumbas
Povo das Catacumbas.- Chefe Exu Sete Catacumbas
Povo dos Fornos.- Chefe Exu da Brasa
Povo das Caveiras.- Chefe Exu Caveira
Povo da Mata da Kalunga.- Chefe Exu Kalunga (conhecido também como Exu dos Cemitérios)
Povo da Lomba da Kalunga.- Chefe Exu Corcunda
Povo das Covas - Chefe Exu Sete Covas
Povo das Mirongas e Trevas - Chefe Exu Capa Preta (conhecido também como Exu Mironga)


5.Reino das Almas

Chefiado por Exu Rei das Almas, Omulu e Pombagira Rainha das Almas ou Rei e Rainha da Lomba, Governam todos os Exus que trabalham em locais altos. Os Exus deste reino também trabalham em hospitais, morgues, etc.. São deste reino:

POMBA-GIRA RAINHA DAS ALMAS




Povo das Almas da Lomba - Chefe Exu 7 Lombas
Povo das Almas do Cativeiro- Chefe Exu Pemba
Povo das Almas do Velório- Chefe Exu Marabá
Povo das Almas dos Hospitais - Chefe Exu Curadô
Povo das Almas da Praia - Chefe Exu Giramundo
Povo das Almas das Igrejas e Templos .- Chefe Exu Nove Luzes
Povo das Almas do Mato - Chefe Exu 7 Montanhas
Povo das Almas da Kalunga - Chefe Exu Tatá Caveira
Povo das Almas do Oriente - Chefe Exu 7 Poeiras


6. Reino da Lira

Os chefes deste reino são muito mais conhecidos por seus nomes sincréticos: Exu Lúcifer e Maria Padilha. Seus nomes quimbanda: Exu Rei das Sete Liras e Rainha do Candomblé (ou Rainha das Marias). Os apelidos referem-se à sua afinidade com a dança, a música e a arte (lira e candomblé). Dentro do reino da Lira, que também às vezes é chamado "reino do candomblé" não pelo culto africano aos orixás, mas por ser essa palavra, "Lira", relacionada de dança e música ritual. Trabalham aqui todos os Exus que têm afinidade com a arte, a música, poesia, boemia, artes ciganas, malandragem, etc.. Pertencem a este reino:

EXU LUCIFER


Povo dos Infernos - Chefiado por Exu dos Infernos (Atuam nas zonas umbralinas e costumam se apresentar em forma de esqueleto para melhor poder cumprir seu papel dentro destas zonas astrais)
Povo dos Cabarés - Chefiado por Exu do Cabaré
Povo da Lira - Chefiado por Exu Sete Liras
Povo dos Ciganos - Chefiado por Exu Cigano
Povo do Oriente - Chefiado por Exu Pagão
Povo dos Malandros - Chefiado por Exu Zé Pelintra
Povo do Lixo - Chefiado por Exu Ganga
Povo do Luar - Chefiado por Exu Malé
Povo do Comércio - Chefiado por Exu Chama Dinheiro

* Lira é, também, uma cidade africana, que fica nas fronteiras orientais do Reino Baganda, atualmente, região de Kampala, capital de Uganda - África. Esta referência parece ser mais precisa no que se refere à denominação Reino da Lira.


7. Reino da Praia

Governado por Exu Rei da Praia e Rainha da Praia. Inclui todos os Exus que trabalham nas praias, perto das águas ou dentro delas, salgadas ou doces. São seus povos:

POMBA-GIRA RAINHA DA PRAIA
Povo dos Rios - Chefiado por Exu dos Rios
Povo das Cachoeiras - Chefiado por Exu das Cachoeiras
Povo da Pedreira - Chefiado por Exu da Pedra Preta
Povo do Marinheiros - Chefiado por Exu Marinheiro
Povo do Mar - Chefiado por Exu Maré
Povo do Lodo - Chefiado por Exu do Lodo
Povo dos Baianos - Chefiado por Exu Baiano
Povo dos Ventos - Chefiado por Exu dos Ventos
Povo da Ilha.- Chefiado por Exu do Côco
 
Os sete reinos referem-se aos sete caminhos que uma pessoa deve percorrer ao longo de sua vida, sete vivências que são experimentadas, sete metas a serem cumpridas:

REINO POMBA-GIRA RAINHA DAS 7 ENCRUZILHADAS

1. Desenvolvimento da Espiritualidade
2. A relação com as coisas materiais
3. O nascimento das crianças, os filhos, a reprodução
4. A riqueza, a prosperidade e a saúde
5. O trabalho físico em todos os seus aspectos
6. O prazer em geral
7. O amor em todas as suas manifestações


LÚCIFER, O PORTADOR DA LUZ

LÚCIFER, O PORTADOR DA LUZ - Parte I





Cena 1:
- Eu porto a Luz!
Cena 2:
- Eu sou o mais poderoso dos anjos em toda Criação!
Cena 3:
Eu sou o governante dos mundos!
Cena 4:
- Quem ousa me enfrentar?


Em uma conjunção digna de uma grande epopeia, a mais monumental de todas, antes da criação dos mundos, as possíveis declarações, acima elencadas, com efeito, marcaram, para sempre, o destino das divindades celestiais, e, por conseguinte, das várias humanidades que povoaram a Terra desde o episódio hediondo marcado por uma tentativa de conspiração, quando uma legião de anjos rebelou-se contra Deus, que pairava majestoso sobre o tempo zero.
A voz que proclamara poder, arrogância, emulação e rebeldia fora estridentemente desferida nas mais altas esferas angelicais pelo mais perfeito, altivo e belo de todos os seres: um anjo, da classe exuberante dos querubins - LÚCIFER - o Portador da Luz.


O nome Lúcifer, que é formado pelas palavras latinas Lux, lucem - Luz - e fer, de ferre, o que porta,  aquele que carrega, traz; é o distintivo magno atribuído ao primeiro ser criado depois do próprio Deus, no tecido intangível da Eternidade. Desse modo, evidencia-se, de forma inconteste, a natureza e a figuração desta entidade singular, e que, indubitavelmente, é o mais temível e o mais poderoso de todos os anjos, cuja saga remonta às hordas primordiais, ao Fiat Lux e à soberania indevassável do Altíssimo em sua glória inigualável.


Criado a partir do fogo consumidor de Deus, Lúcifer nasce da labareda que mantinha a deidade refulgente e suspensa no Infinito quando o espírito solitário do Altíssimo movia-se sobre o Nada  antes da fundação dos mundos em essência misteriosa, singular. Saído, portanto, do estado ígneo do próprio Deus, e por vontade suprema de Jeová, Lúcifer é, de forma cabal, o primígeno do Senhor, no plano etéreo, onde as formas, absolutamente diáfanas e espirituais, desconheciam, ainda, a densidade dos universos, dos mundos e dos entes. O querubim mais poderoso das hostes angelicais é filho nascido do estado da glória de Deus, o Todo Poderoso, cuja luz irrompeu em todas as fendas ocultas e dormentes no vasto universo, que acolheu a vida, com todas as suas formas manifestas.



As narrativas sobre Lúcifer estão envoltas em muitos mistérios, pois, apesar das miríades que plasmam as mais altas abóbadas celestiais, este querubim desempenhou papel fundamental ao lado do supremo Deus, que lhe confiou o zelo e a administração dos mundos, todos sob seu governo, então intocável, até à corrupção de si, quando inflamou seu coração com o ciúme dantesco e a cobiça odiosa - fato que, paradoxalmente, torna a estória do mais reluzente dos anjos no grande élan, que entrelaça o mundo superior com o mundo inferior. Céus, Terra e o famigerado Abismo entrecruzam-se e o Homem é, involuntariamente, o elo da discórdia entre o único anjo, que tinha o privilégio e o direito de estar diante do Altíssimo, e o Senhor dos Senhores; o princípio e o fim de todas as coisas - o impronunciável, o sublime, o Eterno e soberano Deus.


Lúcifer é dotado de 12 asas brilhantes, e o porte magistral de seu corpo alado destoa dos demais anjos, o que lhe confere o lugar exemplar, que possuía, no berço da Criação. Testemunha etérea dos atos divinos do Criador, o querubim foi ungido por Deus logo ao ser criado. O fogo consumidor, que o gerou, deu-lhe a maior característica no mundo angélico: a luminescência. É plausível pensar, portanto, que, nos sulcos da Eternidade, o estado de luminosidade, que espargia para além do infinito, mantinha um equilíbrio harmônico presente no trono de Deus e nas esferas espirituais que Dele emanavam - a morada dos anjos. Esta simetria de luz, força e poder, com efeito, era consagrada e perceptível; e, por conseguinte, imbatível pela posição que ocupava o príncipe dos anjos na escala angelical, pois, Lúcifer, era nada mais nada menos que o regente do coro celestial, que se prostrava permanentemente diante do Altíssimo para adorá-Lo em toda sua glória e magnificência.


O fascínio pela estória de Lúcifer e a legenda sedutora em torno deste querubim ungido povoam, atemporalmente, as mentes de todos os mortais, pois, ao contrário de outros seres angelicais, que parecem não possuir uma narrativa própria e distintiva no mundo angélico e na esfera suprema do poderoso Deus, o príncipe das potestades do ar goza, para o bem ou para o mal, de um lugar único na trajetória dos tempos imemoriais. Outrossim, o filho do fogo primordial transformara-se, indiscutivelmente, na personagem nuclear de uma trama inominável, onde todas as entidades celestiais estavam presentes antes da criação do mundo e do Homem, e, protagonizara o desastre apoteótico ocorrido na Eternidade quando, no embate colossal entre sua legião rebelde e os anjos de Elohim, o Senhor dos Exércitos, o seu plano de destronar Deus falhara fragorosamente. Após a derrota memorável, Lúcifer, em queda livre, ao rasgar as esferas angelicais e tombar na terra como estrela cadente, perdera, para sempre, não somente o posto de primeiro ser de luz a governar os céus, o universo e os mundos, imediatamente abaixo do Altíssimo, mas a condição de, um dia, poder retornar majestoso para estar ao lado de Deus, novamente. Anjos não se arrependem, e o fim de todos que estiveram na grande rebelião tem um nome: sheol (o lago de fogo eterno).


Líder da maior revolução sobre a qual diversas legendas míticas são descritas, de forma inconteste, o mais belo dos seres, no plano celeste, é o autor da cena caótica, que testemunhara a ordem máxima de Deus desabar tal qual o seu corpo luminoso; e arrastar juntamente consigo seus anjos malévolos para a Terra, teluricamente tecida e criada pelo Senhor dos Senhores - o  Todo Poderoso. A conjunção imperfeita, orquestrada por Lúcifer e seu exército portentoso - um terço das hostes angelicais -, vaticinou o início do seu próprio fim, atingindo as leis da Criação, que são imutáveis, e determinando a reorganização das forças imperantes no mundo após o evento extraordinário, que fora o Fiat Lux. Nos termos do universo, as trevas densas e insuperáveis; nos limites infindáveis da Luz, a face de Deus, que, implacavelmente, expulsou o segundo ser cósmico a receber o fôlego divino para além do Abismo, em suas zonas dolentes, imperecíveis e eternas.


A aparição de Lúcifer, na cena que antecedeu o princípio de todas as coisas, onde a predisposição anímica estava permanentemente suspensa sobre o nada absoluto, a despeito do episódio da discórdia celestial, provocou a cisão da própria unidade da deidade, que, uníssona e unívoca, reinava soberana ad inifinitum sem testemunhar a turbulência e os ares da traição. A divergência entre as forças monumentais geradas da própria Luz formou a substância da proto-história da humanidade, segredo de Deus e projeto modelar, que desencadeou o nascimento do Abismo - pai universal das trevas postas nos limites do Universo, esfericamente afastado das zonas luminescentes e da presença do Altíssimo. De um lado, o excelso e o inefável, o Alfa e o Ômega, mergulhados no mistério exponencial da essência, pois o Eterno e a Eternidade conjugam-se de modo singular antes, durante e depois. Do outro lado, o temível, o poderoso e o destruidor dos mundos, que, um dia, irradiou nos céus dos céus o esplendor e o ruflar de suas asas ígneas, múltiplas e descomunais. O querubim ungido fora um e o ser movido pela cobiça, desafortunadamente, tornara-se outro. Da unção à escuridão, a trajetória solitária de um anjo.


A estória dos céus, da existência de Deus, da criação de todas as coisas, visíveis e não - visíveis, e, principalmente, do surgimento do Homem, a partir da massa amorfa, que é o barro, só tem sentido real  a  partir do evento colossal, que fora o cisma, a dividir os planos etéreos em mundo superior e mundo inferior. De um lado, a luz fundadora, que é o Senhor dos Senhores - Iavé - e a luz fundada, que é Lúcifer, o segundo ser na linhagem divina das entidades eternas. Assim, desde o início dos tempos quando a geração pré-adâmica, que assistira ao confronto das forças primevas, no berço da eternidade, também testemunhara a obra prima de Deus, o Homem, sua efêmera perfeição, e, por conseguinte, sua queda através do fatídico advento do pecado. O plano da criação, neste sentido, estivera condenado ao fracasso, pois os pilares augustos do Eterno ainda tremiam por causa da cobiça, da soberba, do ciúme, do orgulho, da inveja, da ira e da traição. Suportar a ideia da existência de um ser à imagem e semelhança de Deus, indubitavelmente, fora a maior pena que sobrepesou na consciência de um querubim, que viu, na corrupção de si, a sua sentença aniquiladora vaticinada pelo Pai, o Todo Poderoso. Assim, o filho sentiu-se abandonado pelo próprio pai, e a rejeição acendeu a chama caliginosa da destruição em seus atos aterrorizantes.


O Apocalipse não é a revelação da profecia sobre o fim dos tempos quando o dia do juízo reviverá as cenas dantescas, que macularam, em um passado imemorial, a trajetória da Luz, infinitamente eterna e eternamente infinita. Ao contrário: o Apocalipse emergiu na aurora divina quando o mais perfeito dos anjos saiu das entranhas de Deus para coadjuvá-lo na organização e no zelo das dimensões físicas e etéreas espalhadas pelo Universo. A tinta escarlate do Armagedom ainda não expirou e a guerra angélica  parece interminável.


Na consumação dos séculos, o último confronto; no duelo entre o Bem e o Mal, eis a grande questão: quem vencerá?